Na tarde de quinta-feira, 11, a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (APPA) abriu os Seminários da Pesca, evento iniciado no Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE), que também ocorrerá durante os próximos dias em Pontal do Paraná, Antonina e Guaraqueçaba. O objetivo foi a divulgação dos resultados de quatro anos de monitoramento da atividade pesqueira no litoral do Paraná, bem como promover conscientização e educação ambiental principalmente no respeito ao defeso de espécies de pescados.
Diretor de Meio Ambiente da APPA, João Paulo Ribeiro Santana, ressalta que foco do governador Ratinho Júnior é abrir as portas do Porto para a comunidade
De acordo com a APPA, os estudos foram feitos em sete entrepostos de monitoramento no litoral, algo determinado pelo Ibama, assim como em entrevistas com pescadores de diversos pontos de Paranaguá, Guaraqueçaba, Antonina e Pontal do Paraná.
"Estivemos aqui nos aproximando da comunidade litorânea. Estamos fazendo aquilo que o governador Ratinho Júnior nos deu ordem que é abrir as portas dos Portos do Paraná para a comunidade", explica o diretor de Meio Ambiente da APPA, João Paulo Ribeiro Santana. De acordo com ele, o objetivo contínuo é redução de impactos ambientais causados pela atividade portuária, sendo que o monitoramento pesqueiro e ações de conscientização ambiental fazem parte deste processo.
"Estamos trazendo informações de suma importância para a população civil e organizada, bem como para as universidades e autoridades públicas", destaca o diretor, ressaltando que os estudos trazem a quantidade da pesca realizada, cruzando dados com eventos climáticos ou causados pelos homens. "Podemos relacionar o aumento ou decréscimo da pesca para ver se há relação com alguma atividade do Porto ou qualquer evento climático", complementa. João Santana afirma, ainda, que todo este estudo estará acessível à população em breve, sendo que o seminário com os pescadores faz parte disso. "Tivemos questionamentos, iremos comparar estas informações com os laudos técnicos, dialogando e trazendo sempre a realidade ambiental da região", destaca.
"O Porto já deu o sinal verde que tem grande interesse em trabalhar com o pescador", ressalta o presidente da Federação dos Pescadores do Paraná, Edmir da Pesca
A bióloga Juliana Lopes Vendramini, que faz parte da equipe técnica responsável pelo estudo, ressalta que os dados da pesca no litoral apontam que há dados variáveis de acordo com o ano. "Alguns anos há mais ou menos pescados, mas não encontramos nenhum ano com queda brusca nos pescados no litoral", complementa, ressaltando a seriedade do trabalho realizado por biólogos para a coleta de informações entre pescadores.
"Ajudamos na questão de atualização das espécies ameaçadas do Ibama, bem como trazendo aos pescadores noções em torno da pesca, com manejo sustentável e fazendo com que não haja problemas ambientais no futuro", acrescenta, destacando que, além disso, o foco contínuo é aliar o meio ambiente com o desenvolvimento sustentável e obtenção de renda aos pescadores.
O presidente da Federação dos Pescadores do Paraná, Edmir Manoel Ferreira, o “Edmir da Pesca”, responsável pela entidade que representa mais de 4,5 mil pescadores na região, parabenizou a APPA por fomentar o diálogo com a categoria e o Porto.
"É muito importante que o pescador saiba o que está fazendo e o que o Porto está realizando. Precisamos saber que tem que preservar, usando malhas corretas e não pegando peixe miúdo. Estamos aqui para contribuir com este trabalho maravilhoso que precisa ser feito. Não adianta fazer uma pesca desordenada, temos que ter monitoramento das espécies", diz. Segundo ele, todos têm que preservar manguezais e as baías da região, pois a redução do número de pescados nos últimos anos. "É importante também fazer um repovoamento de peixes e espécies, houve acidentes ambientais que prejudicaram os pescadores e precisamos disso", complementa. "O Porto já deu o sinal verde que tem grande interesse em trabalhar com o pescador", finaliza.
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