Impasse - O prefeito Leonaldo Paranhos, também manifestou preocupação com a situação, mas separou as providências. Ontem manteve contato com o Secretário de Saúde do Estado, Beto Preto, para discutir o impasse

Na Câmara, Comissão de Saúde busca alternativas para evitar fim do Salete

O vereador Parra afirmou que o hospital tem apresentando dificuldades financeiras e que nos últimos 24 meses, segundo informações, teria deixado de pagar o aluguel dos imóveis que ocupa, no coração da cidade

GAZETA DO PARANÁ (PR) | COLUNAS | 12/04/2019
Os vereadores que integram a Comissão de Saúde da Câmara, Josué de Souza (Presidente), Romulo Quintino (Secretário) e o médico Jorge Bocasanta convocaram uma entrevista coletiva ontem para manifestar preocupação com a crise provocada por um desacordo comercial entre os proprietários do imóvel onde está o hospital e a atual direção do Hospital que é referencia médica em várias especialidades especialmente do coração. A justiça determinou a desocupação do imóvel, o que coloca em ameaça de colapso o sistema de saúde pública local e o atendimento de pacientes SUS e SAS em Cascavel.
De acordo com o vereador Romulo, o que há é um desacordo comercial, o que fogo um pouco do foco. O vereador entende que é direito dos proprietários reivindicarem o aluguel não pago. No entanto, entende que o hospital não pode deixar de funcionar.
“Temos que identificar primeiro o real motivo desta cisão entre as partes. O prefeito está preocupado e vamos se não houver um acordo entre as partes, vamos intervir para impedir que o fechamento do hospital aconteça”, disse.

Dívida
O vereador Parra, ex-presidente da Comissão de Saúde disse ontem que o Hospital do Coração e o Hospital Salete têm apresentando dificuldades financeiras e que nos últimos 24 meses, segundo informações teria deixado de pagar o aluguel dos imóveis que ocupa, no coração da cidade. Segundo especula-se, a dívida esteja hoje em torno de R$ 500 mil. “Precisamos pensar é na população. É direito dos proprietários recuperar o aluguel não pago, mas não é admissível discutir sob-hipótese alguma o fechamento do hospital. É preciso envolver prefeito e governador, no sentido de ajudar a sanar este problema. É um hospital que abre as portas para atender a popula- ção do SUS e não rejeita pacientes especialmente casos cardíacos.

Bom senso
O vereador Josué disse ontem que é preciso entrar nesta briga do lado da população. “Podemos auxiliar numa solução negociada. Eu não consigo ver Cascavel sem o Hospital Salete. Em razão disto, nosso passo primeiro será a elaboração de três ofícios buscando obter mais informações sobre as circunstâncias envolvidas na ordem que o Hospital Nossa Senhora da Salete recebeu para desocupar o imóvel alugado na Rua Carlos de Carvalho, no centro”.
Josué disse ontem que sua expectativa inicial é de que o bom senso prevaleça e a direção do hospital e a família proprietária do imóvel cheguem a um entendimento que permita a continuidade do funcionamento. “Não tem como fechar esse hospital se lá na UTI, que tem 23 leitos, tiver que desligar os aparelhos dos pacientes que estão entubados e jogar esse pessoal para outro lugar, correndo o risco de alguém vir a óbito. Quero ver qual será o oficial de justiça ou policial capaz de jogar estas pessoas no meio da rua. Eu não acredito nisto”, afirmou o vereador.

Ofícios
O primeiro dos ofícios é para o secretário municipal de Saúde, Rubens Griepp, e pede que ele esclareça qual é a importância do Hospital Salete para a saúde pública em Cascavel. O segundo tem o mesmo teor, mas se dirige à 10ª Regional de Saúde, que regula os leitos hospitalares em Cascavel. Por fi m, o terceiro ofício é para o diretor do Hospital e pede que seja esclarecido o verdadeiro teor da ação judicial, já que há informações conflitantes circulando nos meios de comunicação e nos bastidores. “Com base nessas informações, vamos buscar soluções em Curitiba, junto ao governo estadual e, se necessário, até uma saída mais radical pela Prefeitura, que seria a utilidade pública”, concluiu Josué.

Estado
O prefeito Leonaldo Paranhos (PSC), também manifestou preocupação com a situação, mas separou as providências. Ontem manteve contato com o secretário de Saúde do Estado, Beto Preto, para discutir o impasse.
Também manteve contato com o governador do Estado Ratinho Junior para discutir a importância do hospital Salete para o sistema de atendimento de servidores do Estado pelo SAS e também o atendimento de alta e média complexidade cirúrgica.
“Este caso do Hospital Salete é diferente do que encontramos no Hospital Santa Catarina que nos permitiu a desapropriação. O Santa Catarina não tinha credenciamento direto com o Estado. Já o Salete é hospital de alta complexidade e presta serviços ao Estado. Conversei com o governador e com o secretá- rio e eles têm todo o interesse em resolver. Agora é preciso ter em vista que primeiro isto tudo passa por um entendimento entre os proprietários e a atual direção do hospital. Já mandei um documento para a juíza para informar da importância deste hospital para a sociedade e o interesse do município e da 10ª Regional no seu funcionamento.
Agora se o governo vai ou não decretar interesse público é uma posição que cabe ao governador.
Por enquanto entendo que é uma questão comercial que precisa ser ajustada. Vamos esperar primeiro por isto”, disse.

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