Produtores culturais de Londrina aproveitaram a vinda do secretário estadual de Cultura e Comunicação, Hudson José, e da superintendente de Cultura, Luciana Pereira, junto com a comitiva do governador Ratinho Júnior à ExpoLondrina 2019, para exporem todas as dificuldades, sobretudo orçamentárias, pelas quais passam os principais eventos culturais da cidade: o FIML (Festival Internacional de Música de Londrina) e o FILO (Festival Internacional de Londrina), que cancelou a edição histórica de 50 anos em 2018. O FIML está com data prevista para 10 a 25 de julho e o FILO com previsão para acontecer de 15 de agosto a 1 de setembro de 2019.
Na reunião, apresentaram parte do histórico dos eventos e a importância de sua realização para a movimentação da economia criativa da região, ao mesmo tempo em que pediram posicionamento e comprometimento com relação ao apoio por meio de recursos do Estado ou indicação para empresas por meio da Lei Rouanet. Além dos produtores dos dois eventos, também estiveram presentes Caio Julio Cesaro, secretário municipal de Cultura, e o vice-reitor da UEL (Universidade Estadual de Londrina), Décio Sabbatini, apoiadores oficiais de ambos os festivais.
Segundo o secretário estadual, ainda não há como falar nem garantir valores específicos aos eventos, pois estes assuntos ainda serão colocados como pauta nas próximas reuniões da pasta. “Há uma reclamação geral como se o Estado fosse ausente em eventos como esse. Ter, por exemplo, a UEL como apoiadora, ainda que na cessão de espaços e funcionários, é participação do Estado. Não vim aqui para assinar nenhum cheque em branco, mas com a responsabilidade de mapear todos esses processos para as ações futuras. Mas posso garantir que vou colocar os assuntos como prioridade”, disse.
Com isso, a superintendente acrescentou que a descentralização dos recursos – para além da capital – deve acontecer por meio da sinergia e otimização dos agentes e estruturas que demandam aporte fixo do Estado, como MON (Museu Oscar Niemeyer), Teatro e Balé Guaíra e Orquestra Sinfônica do Paraná. “Estes poderão participar diretamente na programação dos festivais, como contrapartida, porque não há previsão de recurso para ser aplicado diretamente nos eventos. Essa é visão de política pública que pensamos para outros momentos, não só durante os festivais”, detalhou.
Apesar do contingenciamento de 20%, o orçamento aprovado da Cultura no ano passado foi de R$ 35 milhões para ser executado em 2019. Com a aprovação da reforma administrativa, espera-se que o valor para a cultura continue o mesmo para exercício do próximo ano. No entanto, tudo ainda é desconhecido, e, até o momento, nenhum edital de cultura foi anunciado. Dentre eles, o mais aguardado é o Profice (Programa Estadual de Fomento e Incentivo à Cultura do Paraná) que, em 2018, destinou cerca de R$ 5 milhões para projetos em todo Estado.
Magali Kleber, diretora pedagógica do FIML, apontou que, sem o apoio financeiro do Estado, a realização da próxima edição, em julho, deve ficar prejudicada. “No ano passado, quando já estávamos quase desistindo, conseguimos apoio via Lei Rouanet, no qual a Sanepar destinou R$ 500 mil via renúncia fiscal. Os demais, foram por patrocínio direto de empresas privadas e outras fontes, como a Prefeitura, que nos garante um mínimo necessário”, detalhou sobre o valor de R$ 250 mil via Promic (Programa Municipal de Incentivo à Cultura).
A nova comissão gestora do FILO também pediu ao secretário garantias de apoio à realização do FILO, já que a última edição foi cancelada por falta de recursos. “No estágio em que chegamos, diante da importância do festival para todo o norte do Estado, não há como realizar um evento menor”, disse a coordenadora Maria Fernanda Coelho. Desde 2003, o festival contava com mais da metade dos recursos provenientes de empresas como Petrobras e Caixa Econômica, cujos programas foram cancelados no ano passado para todo o País.
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