A Secretaria Estadual de Saúde confi rmou, no fi - nal da manhã de quinta- -feira (12), os seis primeiros casos do novo coronavírus no Paraná. Cinco pacientes, entre eles, pai de fi lha, são de Curitiba e haviam realizado viagens pela Europa, enquanto que o sexto mora na cidade de Cianorte e esteve, recentemente, no Oriente Médio. A confi rmação dos casos foi anunciada no fi nal da manhã de quinta-feira (12) durante coletiva de imprensa na Secretaria Estadual de Saúde, em Curitiba. Todos os pacientes contaminados permanecem em isolamento domiciliar e estão sendo monitorados pelas equipes de saúde. “Recebemos na manhã desta quinta os resultados provenientes de 17 pacientes suspeitos para a doença. Destes, seis tiveram a confi rmação. No entanto, quero antecipar que, neste momento, todos os casos são provenientes de contágio externo, ou seja, em outros países”, reforço o secretário estadual de Saúde, Beto Preto. O secretário reforça ainda que a grande maioria dos casos do coronavírus serão brandos ou leves. “Nós também temos a circulação de outros vírus em nosso estado que afetam o sistema respiratório e reforçamos a importância dos cuidados neste momento”. CASOS Os casos confi rmados pelo Laboratório Central do Paraná (Lacen) são: pai e fi lha, de 54 anos e 25 anos, residentes em Curitiba, que passaram pela Espanha, Portugal, Holanda, Madri e Lisboa; pai e fi lho, de 43 e 15 anos, também de Curitiba, que estiveram na Itália; um homem de 58 anos, de Curitiba, que visitou a Itália, e uma mulher de Cianorte, de 47 anos, que esteve nos Emirados Árabes. O Lacen passa a realizar os exames do coronavírus, como instituição referência do Ministério da Saúde, utilizando as técnicas e kits padronizados pelo governo federal. A princípio, o Estado recebeu 10 kits para exames específi cos do coronavírus, que possibilitam 240 testes. Para a divulgação de resultados, o Lacen estabelece o período de 72 horas a partir da chegada das amostras no laboratório. O estado segue com 49 casos suspeitos em investigação. COMO AGIR Pessoas com sintomas respiratórios devem buscar o primeiro atendimento nas unidades básicas de saúde. “Os profi ssionais que atuam nesta linha de frente estão preparados para receber este paciente, passar as orientações, fazer o diagnóstico inicial e o encaminhamento para exames laboratoriais”, informou o secretário. Ponta Grossa conta 54 postos de saúde para atender a população. O Paraná também conta com um sistema de Vigilância de Síndromes Respiratórias considerado modelo pelo Ministério da Saúde, com 51 unidades sentinelas, distribuídas em todas as regiões, e que atuam no registro, identifi cação e confi rmações de casos suspeitos durante o ano todo. EVENTOS Em alinhamento com o Ministério da Saúde, a secretaria estadual, por meio do Centro de Operações em Emergências, informa que até o momento não há orientação para cancelamento de atividades coletivas e eventos públicos. No entanto, as medidas de contenção estão sendo analisadas diariamente pelo ministério e o COE estadual, sempre avaliando evidências de efetividade para cada cenário. É recomendado evitar aglomerações, especialmente para grupos de maior risco, como idosos e pessoas portadoras de comorbidades, além das demais medidas já divulgadas, como a higienização das mãos, cobrir o nariz ao espirrar e tossir e usar lenços descartáveis. Outra orientação é o isolamento domiciliar em caso de suspeita da doença. PREVENÇÃO As principais medidas são: evitar contato próximo com pessoas com infecções respiratórias agudas; lavar frequentemente as mãos, especialmente após o contato direto com pessoas doentes e antes de se alimentar; usar lenço descartável para higiene nasal; cobrir nariz e boca ao espirrar e tossir; não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres pratos, copos ou garrafas
Ponta-grossense relata grave situação na Itália
Um rapaz ponta-grossense, nome preservado, que mora na cidade de Padova, na Itália, relatou com exclusividade ao Jornal Diário dos Campos sobre a grave situação em que se encontra o país por conta do surto do novo coronavírus. De volta à Ponta Grossa, desde o dia 26 de fevereiro, ele relatou que já havia programado suas férias por medo de não conseguir entrar no Brasil. “A primeira morte ocorreu na última sexta- -feira e no sábado vimos que as coisas haviam mudado. No domingo, a cidade em que eu trabalho já estava deserta e isso foi piorando. Agora vemos que a cidade está totalmente vazia. Ontem (quarta-feira), o governo fechou a Itália e as atividades foram encerradas, como bares, por exemplo. Somente os supermercados permanecerão abertos em decorrência da venda de itens básicos e as farmácias também”, relatou. O ponta-grossense, que chegou a ser internado com sintomas de gripe e que já se encontra em casa, disse ainda que muitas pessoas, inclusive os famosos que moram na Itália, estão optando por permanecerem em suas casas com o objetivo de diminuir os riscos de contaminação. “Eu ainda penso em voltar pra lá - em Padova - mas sei que a situação está bem complicada. Todas as medidas estão sendo tomadas pelo governo italiano para controlar a disseminação do vírus e evitar a contaminação quase em massa”, apontou. (L.S.)