Em entrevista à ADI (Associação dos Diários do Interior), o presidente da Fiep (Federação das Indústrias do Paraná), Carlos Valter Martins Pedro, defende medidas que permitam ao setor melhores condições de competitividade. Ao analisar os impactos que a indústria paranaense sofreu devido às medidas adotadas para conter a pandemia do novo coronavírus, Carlos Valter lembra que a produção caiu 30,6% já em abril, o pior mês, e que, embora tenha tido uma boa recuperação, alguns entraves históricos precisam ser revistos para acelerar a compensar os prejuízos. “Precisamos urgentemente reduzir os altos custos que pesam sobre a indústria. Um estudo do Movimento Brasil Competitivo revelou que o setor produtivo brasileiro gasta, ao ano, R$ 1,5 trilhão a mais do que gastaria se exercesse suas atividades nas mesmas condições da média dos países da OCDE [Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico]”, revela. Segundo ele, são vários fatores que elevam os custos de produção no País, desde as deficiências de infraestrutura até o excesso de burocracia, passando pelas dificuldades de acesso ao crédito ou os elevados custos para contratação de mão de obra. “Nesse conjunto de problemas estruturais, um dos que mais pesam é o sistema tributário, que faz com que se acumulem impostos ao longo das cadeias produtivas, encarecendo significativamente o produto brasileiro e penalizando o consumidor. Com tudo isso, a indústria tem dificuldades de conquistar espaço no mercado internacional e, no mercado interno, sofre com a concorrência de importados, que chegam aqui com preços competitivos”, ressalta, e completa: “Por isso, o País precisa seguir com uma agenda séria de reformas e medidas que melhorem o ambiente de negócios, o que se reverterá em empregos, renda e, consequentemente, mais desenvolvimento econômico e social”.