Com recém-lançada linha de TV a laser, gigante chinesa Hisense entra no Brasil
A fabricante chinesa de eletroeletrônicos Hisense começa a distribuir seus produtos no mercado brasileiro com o objetivo de ocupar o terceiro posto no mercado de TVs (que movimenta cerca de R$ 22 bilhões ao ano) e o quinto em eletroeletrônicos (que gira algo em torno de R$ 50 bilhões). Nascida em 1969, a Hisense tem faturamento global de US$ 24 bilhões, sendo US$ 11 bilhões vindos de vendas de seus produtos fora da China. Como Corporation, ou seja, sem controle definido, a empresa de eletroeletrônicos tem seus próprios trabalhadores como a maior parte de seus acionistas. A estratégia de expandir o negócio fora do continente chinês foi definida há 12 anos e atualmente os produtos da marca são exportados para 160 países.
Parceria no País será com a Multilaser No Brasil, a companhia tem parceria de distribuição e fabricação com a Multilaser, que estreou na bolsa de 2021 e este ano passou a se chamar Multi. Após adquirir a marca Toshiba globalmente em 2018, a Hisense se tornou a controladora, na sequência, da Semp Toshiba no Brasil.
TVs a laser custam US$ 5 mil nos EUA A Hisense chega ao País com sua marca própria e a linha de TVs com tecnologia a laser. TVs de plasma e LCD reproduzem 40% das cores perceptíveis ao olho humano. Com as TVs a laser, isso pode chegar a 90%, graças a um sistema de projeção a laser. Nos EUA, são vendidas 1 mil TVs por mês por US$ 5 mil.
LINHA BRANCA. Por meio de parcerias com varejistas como Via e Carrefour, a Hisense quer introduzir no Brasil, além da TV, produtos domésticos, como refrigeradores, ar condicionado, fornos e outros. Presente em vários países da América Latina, a marca quer conhecer aos poucos o Brasil. "Tratamos o mercado brasileiro com muito respeito", disse David Gold, presidente da Hisense Américas. "Somos conservadores e muito cuidadosos, porque queremos nos estabelecer no longo prazo".
DEPENDE. A entrada no mercado brasileiro começará pela importação e distribuição de produtos e, eventualmente, poderão ser construídas fábricas no País. Gold usa a experiência no México como exemplo. Por lá, as primeiras plantas foram instaladas dois anos após a introdução dos produtos
AMBIÇÃO. A estratégia da Hisense não é ser um competidor puramente no mercado de TVs ou linha branca, mas atrair os consumidores com produtos que permitem interligar os eletrodomésticos e as TVs aos hábitos de consumo no sistema doméstico, o chamado "conect life".
NA BANGUELA. Uma espécie de inércia impulsionou os ativos brasileiros nos últimos meses, à medida que as incertezas externas se aprofundaram e a depreciação do real tornou os preços das ações e dos negócios relativamente mais atraentes para o estrangeiro, segundo o responsável pelo banco de investimento do Santander, Gustavo Miranda.
MENOS PIOR. O Ibovespa atingiu o piso em julho, quando caiu abaixo de 96 mil pontos, mas as bolsas dos EUA e o mercado de renda fixa externos seguiram com perdas na casa de dois dígitos. Apesar de o Brasil ter começado a ganhar espaço, o estrangeiro ainda não deslocou mais recursos ao País por conta das incertezas trazidas pelas eleições e, agora, em relação aos caminhos a serem tomados pelo novo governo.
PEQUENA ÁREA. "Podemos ganhar o jogo das alocações em países emergentes mesmo ficando parados", diz Miranda. Há uma visão mais positiva do Brasil lá fora, sobretudo em comparação a outros emergentes. Mas, há "pequenos incêndios em cada canto do mundo" e ninguém quer tomar atitudes concretas de aumentar exposição a ativos brasileiros.
BONITOS. Segundo Miranda, a bolsa está barata. Além disso, cerca de 60% do índice Ibovespa é composto por empresas tradicionais em setores como energia, financeiro e commodities. "São ativos que geram caixa, ainda muito descontados e mensurados em uma moeda bem defendida por conta da taxa Selic a 13,75%
RICOS. Na outra ponta, o caixa dos investidores dos países desenvolvidos está em nível historicamente alto, o que mostra a cautela para investir. Por isso, a possibilidade é que as próximas temporadas de captações em bolsa atraiam estrangeiros às ofertas. M as isso não elimina a cautela desses investidores, que esperam os primeiros sinais do novo governo sobre a economia e irão preferir ofertas de grandes empresas - no caso dos IPOs -, aquelas por volta de R$ 2 bilhões.
SOBE
Techs têm alta com queda dos juros futuros
As ações ligadas ao setor de tecnologia foram beneficiadas ontem na B3 pela queda dos juros futuros, movimento que se acentuou após a notícia de que a equipe de transição do governo Lula estuda uma alternativa mais conservadora para o "waiver" para despesas fora do teto dos gastos. A Méliuz subiu 10,91%, seguida pela Totvs, que avançou 4,81%. Os papéis da Locaweb caíram pela manhã, mas fecharam em alta de 3,96%
DESCE Frigoríficos caem na véspera do feriado
As empresas do setor de carnes fecharam em queda ontem na B3, reflexo de um movimento de venda por parte de investidores para embolsar ganhos antes do feriado de Proclamação da República. Elas vinham registrando alta devido à valorização do dólar, já que têm parte de suas receitas na moeda americana. Marfrig perdeu 7,40%, JBS fechou com queda de 3,09% e Minerva recuou 1,85%