Coluna do Broadcast

O ESTADO DE SÃO PAULO (SP) | COLUNAS | 16/11/2022
Empresa do Pátria fala em devolver concessão se acordo com Telefônica falhar
A Winity, empresa de infraestrutura de telecomunicações da gestora Pátria, deu o recado: se o acordo de compartilhamento de espectro com a Telefônica (dona da Vivo) não receber o aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), a empresa corre o risco de ficar inviável e, na pior das consequências, terá de devolver a faixa de 700 MHz arrematada no leilão do ano passado. A declaração consta de documento encaminhado conjuntamente pela Winity e pela Telefônica ao Cade. Em 2021, a Winity surpreendeu o mercado pelo tamanho do seu apetite no leilão das faixas de 4G e 5G. A empresa arrematou a frequência de 700 MHz com um lance de R$ 1,4 bilhão, o que representou ágio de 806%
Compromisso é investir R$ 3,7 bi A proposta deixou para trás a Highline do Brasil e a operadora Datora, que apresentaram ofertas de R$ 333 milhões e R$ 318 milhões, respectivamente. Na ocasião, a Winity assumiu compromisso de investir mais R$ 3,7 bilhões para implantar 5 mil torres de 4G em 35 mil km de rodovias, como previa o edital.
Edital buscava novas operadoras A Winity foi criada em 2020 para ser fornecedora de soluções no atacado para as operadoras de internet, e sua primeira grande tacada foi anunciada em agosto, quando fechou um acordo para compartilhamento da faixa de 700 MHz com a Telefônica. Mas o negócio entrou na mira da Anatel.
PODE NÃO. A razão é que o edital impedia as grandes teles de disputarem o 700 MHz justamente porque já têm lotes dessa faixa em seus portfólios. O leilão visava atrair mais operadoras ao mercado, de modo que o acordo com a Telefônica poderia configurar uma forma de burlar o sistema, segundo apurou a Coluna com membros da agência reguladora.
VEJA BEM. Nos últimos dias, a Winity encaminhou seu plano de negócios ao Cade afirmando que, sem o acordo com a Telefônica, a empresa não fica de pé pois o desenvolvimento das redes exige escala. "A não concretização da operação inviabilizaria a atuação da Winity como operadora de atacado, impedindo, consequentemente, a criação de um modelo inovador de negócios", descreveu em um trecho. "A Winity não seria capaz de cumprir compromissos de cobertura dentro do prazo (...) e de forma financeira e economicamente sustentável, podendo levar, no limite, à devolução do espectro à Anatel", escreveu.
LUPA. Procurada, a Anatel informou que já fez diligências para coleta de informações junto à Winity e reiterou que analisa o processo. A análise se dará pelos prismas regulatório, concorrencial e legal. Ainda não houve manifestação das áreas técnicas e não há prazo para conclusão devido à complexidade e ao ineditismo do caso.
MERCADO GRANDE. A distribuidora de produtos de saúde MedLevensohn vai investir R$ 120 milhões, nos próximos cinco anos, em um centro de pesquisa e desenvolvimento de cosméticos e produtos de saúde no Espírito Santo. Batizado de 'Cidade MedLevensohn', ocupará uma área de 56 mil m², às margens da BR 101, e prevê a geração de mil novos empregos. As obras começam em 2023 e a previsão é que sejam concluídas no fim de 2027
PRIORIDADES. Segundo Ricardo Scaroni, diretor de operações comerciais da empresa, pelo menos 30% do investimento será destinado a pesquisa e desenvolvimento de novos produtos e serviços. Entre eles, os voltados a tratamento de diabetes e hipertensão.
TURBULÊNCIA. A inadimplência entre as empresas será um tópico importante em 2023, devido ao aumento do número de pessoas físicas em falta com suas dívidas, diz o sócio da Jive, Guilherme Ferreira. A Jive compra carteiras de crédito e ativos de empresas em dificuldade, e ele diz que a trajetória de deterioração das pessoas jurídicas está só começando.
CALOTES. Semana passada, o Bradesco surpreendeu com o balanço do terceiro trimestre, no qual mostrou alta na inadimplência e nas provisões para devedores duvidosos, o que derrubou o lucro. Outros bancos estão atentos ao tema.
VEM MAIS. Os números do terceiro trimestre dos bancos consideram atrasos de 90 a 180 dias, ou seja, antes de eventos que pressionaram mais a inflação e o juro, como o acirramento da guerra na Ucrânia. "Tem muita coisa que não está ainda traduzida nos números", diz Ferreira. A Jive estima que os volumes de crédito inadimplentes a serem vendidos crescerão de 20% a 30% ante os R$ 60 bilhões de carteiras a serem oferecidas este ano.
SOBE
Com 1º lucro após IPO, Nubank tem alta na bolsa
As ações do Nubank fecharam em alta de 12,99% na Nyse, um dia depois de o banco divulgar seu resultado trimestral, com o primeiro lucro após a oferta de ações. No terceiro trimestre, o Nubank lucrou US$ 7,8 milhões - havia tido prejuízo de US$ 33 milhões do mesmo período de 2021. A receita bateu o recorde de US$ 1,3 bilhão, salto de 171% em um ano, graças ao aumento de clientes e ao uso de mais serviços pelos correntistas.
DESCE
Receio com demanda da China afeta cobre
O cobre fechou em baixa ontem, sob influência das preocupações com a demanda da China, apesar da flexibilização das restrições relacionadas à política de covid zero. Indicadores reforçaram a percepção de que o país asiático está em desaceleração. Na Comex, divisão para metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o cobre com entrega para dezembro caiu 0,35%, para US$ 3,8200 por libra-peso.

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