Alunos do Ganhando o Mundo de Campo Mourão ganham apoio psicológico para desafios

METRÓPOLE SÃO JOSÉ (PR) | NOTÍCIAS | 09/07/2024
O mês de julho está sendo marcado pelo retorno de turmas de estudantes que participaram do programa de intercâmbio Ganhando o Mundo, do Governo do Estado, viabilizado pela Secretaria da Educação (Seed-PR), Entretanto, ao mesmo tempo que estudam por um período em instituições estrangeiras e conhecem a cultura de outros países, para boa parte deles são dias e situações desafiadoras, que incluem o entrave da língua e a saudade de casa. Por isso, desde o ano passado a equipe do Núcleo Regional de Educação de Campo Mourão, no Centro-Oeste, criou um programa que presta apoio psicológico para alunos e seus familiares, o “Conte comigo em qualquer latitude”. “Morar fora do país, independentemente da duração, é um desafio cultural, pessoal e linguístico, cujos estudantes, de 15 e 16 anos, nem imaginam. Muitos nunca viajaram sem os familiares, nem para fora do Brasil. Portanto, sobreviver a esta montanha russa de emoções não é uma tarefa fácil. É preciso uma prepara- ção antes, durante e depois do intercâmbio”, explica a idealizadora do projeto, Sara Romeiro, técnica pedagógica do Ganhando o Mundo no Núcleo. Nas duas edições anteriores, em virtude do número reduzido de estudantes (13 ao todo), o programa trabalhou com apenas um profissional, o psicólogo Frank Duarte, que conduziu as temáticas propostas, com sessões de psicoterapia online e em grupo com os estudantes intercambistas. “A psicoterapia os auxiliou a baixar a ansiedade, a organizar os focos necessários para que tudo corresse bem durante a viagem, a resolver os problemas que surgiram no caminho e a tranquilizar os pais”, afirma o profissional. Desta vez, foram selecionados 35 estudantes de escolas nos 13 dos 16 municípios atendidos pelo NRE convocados para cinco países: Austrália, Nova Zelândia, Canadá, Estados Unidos e Inglaterra. “Foi preciso acionar mais profissionais, que de forma voluntária estão prestando todo o apoio aos intercambistas e a seus familiares”, diz Sara. Entre eles, estão Pamela Moraes Chiqueto e Isabelly Menezes, que oferecem o suporte psicológico em grupo, com encontros que ocorrem quinzenalmente e, com a proximidade da viagem, passam a ser semanais, onde são trabalhadas questões relacionadas aos sentimentos e problemas que possam surgir ao longo da experi- ência vivida. “Desenvolvemos repertórios para que os participantes lidem de maneira autônoma com as situações que surgem. Tudo isso visa auxiliar no processo de adaptação e manejo dos sentimentos emergentes. Agora, com o retorno iminente, estamos focados no manejo da dualidade emocional, como a felicidade de rever a família e a tristeza de deixar para trás um momento tão especial na vida de cada um”, conta Pamela. Isabelly lembra que tem sido uma experiência profissional gratificante a possibilidade de contribuir de forma significativa para o bem-estar dos participantes e seus familiares. “Os pais têm papel fundamental nesse acompanhamento, o apoio e acolhimento devem acontecer não apenas pelos psicólogos, mas pela família e amigos. Com os responsáveis, ocorrem algumas reuniões para abordar as dúvidas e auxiliá-los em suas pró- prias angústias”, reforça. Em alguns casos, o apoio em grupo não é suficiente. “Para um dos intercambistas que acompanho, fiz um atendimento individualizado, porque identifiquei uma ansiedade muito grande em relação a tudo que ocorria”, prossegue Pamela. Um dos intercambistas, Helyaby Vieira, que está na Nova Zelândia, conta que quando foi aprovado para o programa não teve receio, mas ficou ansioso por estar realizando um sonho. “Eu queria aproveitar a oportunidade, e nas duas primeiras semanas juntou essa ansiedade com a vontade de desabafar. O atendimento psicológico que recebi foi muito importante, especialmente naquele período”, relembra. DURAÇÃO Após o atendimento pré-embarque, as divisões dos grupos por paí- ses para conciliar o fuso horário durante o período de intercâmbio com encontros semanais, vem o pós-embarque, que nesta edição terminará em agosto. Desta forma, é possível garantir uma experiência agradável a partir do conhecimento das diversas emoções que podem ser vivenciadas em todos os períodos. O acompanhamento psicológico tende a amenizar a tensão, os conflitos internos emocionais, a ansiedade, a lidar com as emoções e fazer com que o estudante tenha um olhar mais gentil e positivo sobre ir, vivenciar o intercâmbio e voltar para suas origens, valorizando a oportunidade, sem desmerecer a realidade de onde vem. Caio Picanço Rezende, que acabou de voltar do Canadá, é um exemplo. “Além de ter me ajudado a fazer amizades com o pessoal do meu grupo, o apoio psicológico que estou recebendo agora também está sendo muito importante, porque sinto muitas saudades do que vivi lá e são muitas emoções misturadas nesse retorno”,

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