Sabatina com Ney Leprevost

RÁDIO JOVEM PAN NEWS - CURITIBA (PR) | JORNAL DA MANHÃ | 17/09/2024



Marc Souza
A Jovem Pan e o Grupo RIC seguem com a série de sabatinas com os candidatos à Prefeitura de Curitiba. A nossa intenção, como sempre, é oferecer aos curitibanos mais uma opção para verificar ideias e propostas e, assim, fazer uma escolha mais consciente. Todos os candidatos foram convidados. A ordem das entrevistas foi definida em sorteio, acompanhado por todas as candidaturas, e todas elas terão 30 minutos. O convidado de hoje é Ney Leprevost, do União Brasil.
Beatriz Frehner
Ney Leprevost tem cinquenta anos e é formado em administração, mas atuou como apresentador de programas de rádio e de televisão. Nascido em Curitiba, ingressou na política em dois mil e quatro, quando aos vinte e dois anos foi eleito o mais jovem vereador da cidade. Já foi deputado federal, secretário estadual da Justiça, Trabalho e Direitos Humanos e atualmente está em seu mandato.
Marc Souza
Ney Leprevost, bom dia. O seu tempo começa a contar a partir de agora e a primeira pergunta é a mesma para todos os candidatos. Por que Ney Leprevost quer ser prefeito de Curitiba?
Ney Leprevost
Eu quero ser prefeito de Curitiba por gratidão a nossa gente. Eu fui vereador de Curitiba, fui o vereador mais votado de Curitiba, deputado estadual mais votado de Curitiba, fui também deputado federal eleito pela grande Curitiba, por Curitiba e pelos municípios da nossa região metropolitana. Curitiba me deu grandes oportunidades, e vejo que a cidade está precisando de um prefeito que olhe pelos setenta e cinco bairros, de um prefeito que garanta a lei e a ordem, de um prefeito que acabe com a Cracolândia que está no centro de Curitiba, de um prefeito que faça a fila da saúde andar, de um prefeito que resolva o problema das nove mil e quinhentas crianças esperando por vagas nas creches, de um prefeito que crie a polícia da cidade para devolver a tranquilidade e a segurança aos curitibanos. Eu não posso me omitir. Eu me coloco como uma opção para as pessoas que amam Curitiba e que acreditam, como eu acredito, que nós podemos fazer de Curitiba a cidade mais eficiente, a cidade mais inovadora e a capital mais segura de toda a América do Sul.
Marc Souza
Candidato, vamos entender a sua candidatura. Muita gente não acreditou que o senhor fosse até o fim. O senhor virou candidato de fato. E o senhor se apresenta como um candidato aliado do governador, que tem outro nome nessa disputa. E é o nome que disputa com o senhor o segundo turno. De verdade, o Ney Leprevost pode ser esperado pelas pessoas como alguém de oposição ou alguém de situação?
Ney Leprevost
Olha, Marc, o governador é um homem que respeita a palavra. Ele cumpre a palavra dele. O PSD e ele têm um compromisso partidário com o PSD que nós respeitamos. Longe de mim querer colocar o governador em dificuldades com os caciques do partido dele. Quem comanda o PSD é o Gilberto Kassab, que tem muita força dentro do PSD, que é o partido do Eduardo Pimentel. E a gente sabe que essas pessoas querem o Eduardo Pimentel, até porque o Kassab tem uma aliança antiga com o irmão do Eduardo, que é o Daniel Pimentel Slaviero, presidente da Copel. O Kassab foi ministro das comunicações, e na época o Daniel era a pessoa que representava as emissoras de televisão, era o executivo das emissoras de televisão que interagia com o Kassab. Então, o grande padrinho político do Eduardo Pimentel é o Gilberto Kassab. E o governador está nesse partido, ele não tem como ir contra o candidato do seu partido. Mas o governador é meu amigo, eu entendo a posição dele, respeito a posição dele, ele já tinha dado a palavra para o Pimentel Slaviero e está cumprindo a palavra dele. Agora, passando a eleição, quando eu for prefeito de Curitiba, a primeira reunião que eu vou marcar é no Palácio Iguaçu para levar os projetos que nós temos para a cidade, para o governador, inclusive o projeto do VLT, o Veículo Leve Sobre Trilhos, que é a nossa alternativa em relação ao metrô.
Marc Souza
Candidato, mas na quadra política o senhor está no partido do Sérgio Moro, que já falou que quer ser governador e possivelmente dispute com o grupo de Ratinho Júnior. Como é que está a sua situação entre Moro e Ratinho Júnior?
Ney Leprevost
A minha relação com o Sérgio Moro também é boa, assim como é com o governador Ratinho Júnior. Agora, o Moro pode ser que seja candidato a governador. Ele não bateu o martelo ainda. E o governador Ratinho Júnior também, até o momento, não anunciou um candidato a governador. Nós sabemos que, no grupo dele, o candidato natural seria o seu Darci Piana, que é quem vai estar com a caneta porque o Ratinho Júnior já informou que pretende ser candidato a presidente da república ou a vice-presidente da república. Agora tem também lá o Rafael Greca, que tem dito, embora tenha graves dificuldades de locomoção, que é candidato a governador. E também o Alexandre Cury, que foi eleito presidente da Assembleia Legislativa, que está apoiando o Eduardo Pimentel e que também legitimamente pleiteia a vaga de candidato a governador. O projeto do Moro não é conflitante com o projeto do Ratinho. O Moro pode ser candidato a governador e o Ratinho pode ser candidato a presidente.
Marc Souza
Para terminar essa questão, o senhor se reivindica ser um candidato lavajatista?
Ney Leprevost
Não, não reivindico ser um candidato lavajatista. Eu me coloco como um candidato de centro e de centro-direita. Eu entendo que a Lava Jato teve seus méritos e ela vai estar na história do Brasil como a primeira grande operação do Ministério Público Federal que colocou na cadeia criminosos do colarinho branco, porque antes prendiam pessoas afrodescendentes, prostitutas e pobres. A Lava Jato teve a coragem de colocar mega empreiteiros que sugavam os cofres públicos dentro da cadeia. Mas eu não me considero um candidato lavajatista, eu me considero um candidato de quem tem amor por Curitiba e de quem quer votar em alguém que está pronto para administrar a nossa cidade com eficiência, com humanismo, com criatividade, promovendo a inovação e garantindo a liberdade das pessoas. Eu quero dizer uma coisa aqui para vocês. O Brasil está vivendo um momento muito grave. Estão tirando a nossa liberdade de expressão, a liberdade de empreender para prosperar na vida, a liberdade até de cuidar da nossa família como nossos pais e avós nos ensinaram. E aqui em Curitiba, a atual gestão da Prefeitura está tirando a liberdade de quem quer produzir e gerar empregos. Hoje eles multam as pessoas por causa de letreiro de publicidade. Hoje eles implicaram até com as guias rebaixadas do comércio. Eles não têm mais tolerância de tempo pra pessoa idosa que tem dificuldades com o aplicativo do Star, aplicam multa nessa pessoa. Eles montaram, Jeulliano Pedroso, uma indústria das multas, dos radares eletrônicos. Curitiba arrecadou, só no ano passado, mais de 220 milhões de reais com multa, Marc. E você sabe quanto disso foi pra assistência às vítimas do trânsito? Absolutamente nada, não direcionaram nada para reabilitar os pacientes de trânsito. Então, Jeulliano Pedroso, eu quero devolver ao curitibano a liberdade de poder empreender, gerar empregos e de poder buscar a prosperidade pessoal.
Jeulliano Pedroso
Candidato, dentro do seu plano de governo, inclusive eu senti falta de algumas metas mais claras, de números e tudo mais, o senhor fala que vai apresentá-las depois de 90 dias da gestão, mas durante a sua campanha o senhor tem falado de algumas ações e agora o senhor falou de orçamento, da questão do trânsito, da preocupação dos empreendedores. Uma das grandes preocupações, quando os empresários veem tantas propostas, é a seguinte: como a gente vai pagar essa conta? De onde vai sair o dinheiro para transformar todos esses planos em realidade?
Ney Leprevost
Olha, obrigado por você me dar a oportunidade de esclarecer uma pergunta que tem uma resposta bastante simples. Se tem uma coisa que o Greca e o Pimentel souberam fazer foi arrecadar bastante. A previsão orçamentária de Curitiba para o ano que vem é de 15 bilhões de reais. Tem dinheiro pra fazer tudo o que é necessário. E pro que faltar dinheiro, eu vou colocar uma pasta embaixo do braço e vou nos ministérios, vou no BID, vou no BLDS. Eu fui deputado federal, eu tenho experiência, eu estou pronto para ser prefeito e eu sei onde buscar recursos. Agora, tem que ter, Jeulliano Pedroso, vontade política. Não dá pra ficar gastando o dinheiro público, porque não tem dinheiro da prefeitura, tem dinheiro do contribuinte. O dinheiro é teu, só pra concluir o raciocínio. O dinheiro é teu, o dinheiro é das pessoas que estão nos ouvindo. Eu vou investir bem o dinheiro público, com austeridade. Não vou fazer terminal de 4 milhões de reais só pra colocar no TikTok um terminal que é o metro quadrado mais caro de Curitiba e que não tem nem banheiro. Não vou gastar dinheiro da população em estátua superfaturada. Eu vou gastar em saúde, educação, transporte e principalmente segurança pública.
Jeulliano Pedroso
Então não vai ter aumento de impostos?
Ney Leprevost
Nenhum. Só o aumento da inflação. O aumento anual condizente com a inflação. Nenhum centavo a mais.
Beatriz Frehner
Candidato, o senhor já em Sabatinas também aqui do próprio Grupo RIC chegou a falar que a primeira atitude que você adotaria como prefeito de Curitiba caso eleito seria o fim da Cracolândia de Curitiba, né? É um termo forte, acho que hoje Curitiba não tem exatamente uma área de Cracolândia. De fato, então, a área central, acho que o senhor se refere à situação dos moradores de rua ali, dependentes químicos. Falou sobre a construção de centros de reabilitação, sobre o aluguel social, sobre dar condição para essas pessoas retornarem ao mercado de trabalho. No papel, parece muito fácil, mas como exatamente executar, por exemplo, essa assistência quando se esbarra em questões judiciais que envolvem o próprio internamento compulsório?
Ney Leprevost
Na verdade, você tocou no assunto que é muito importante, porque uma das reclamações que eu mais escuto nas ruas é sobre as cracolândias que surgiram em Curitiba. Eu te cito duas. Uma é a região próxima à Praça Tiradentes. Eu fui lá a convite da arquidiocese na procissão da padroeira de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais e fiquei entristecido e impressionado com o que eu vi naquela região em plena luz do dia. E a outra, cracolândia, é do lado do mercado municipal. Nós temos uma proposta inovadora para resolver esse problema que são os Cristos, centros de reabilitação, inclusão, saúde, trabalho e organização para moradores de rua. Agora, quando o prefeito dá como desculpa a história de que não pode fazer o internamento, isso é uma mentira deslavada. Procurem no Google. A lei permite o internamento compulsório e o internamento involuntário. O internamento compulsório é para aquela pessoa que coloca em risco a vida dos outros. Por exemplo, um morador de rua que pega uma faca e sai atrás de alguém ali dizendo que se a pessoa não der dinheiro, ele vai atacar. O juiz pode determinar o internamento compulsório dessa pessoa porque ela está colocando em risco a vida do próximo. Mas tem também o internamento involuntário. Como é que funciona o internamento involuntário? A prefeitura pega o assistente social, manda fazer um cadastramento dos moradores de rua e esse assistente vai até a casa do familiar do morador de rua.
Jeulliano Pedroso
Quando o senhor foi secretário estadual da família, que tem inclusive essa política embaixo do guarda-chuva, o senhor tomou alguma medida nesse sentido?
Ney Leprevost
Municípios, esse tipo de assento ou não? Calma, deixa eu só concluir, Jeulliano Pedroso. Não, morador de rua não é a Secretaria de Justiça.
Jeulliano Pedroso
Mas assistência social estava.
Ney Leprevost
Assistência social sim, mas quem trata da questão de moradores de rua são as prefeituras municipais e em Curitiba é muito claro que essa responsabilidade é da FAS. O internamento involuntário, Jeulliano Pedroso, depende de uma assinatura de um familiar, tá? E de um laudo médico de um psiquiatra. Então, a Prefeitura pode pedir para o assistente social ir até a casa do morador de rua, pegar a assinatura do familiar, levar esse morador de rua até um psiquiatra e pode internar. Claro que a gente não vai sair por aí internando todo mundo, só quem de fato precisa e só com autorização da família. Agora, por que a Prefeitura não interna? Por que o Greca e o Pimentel não internam? Esse é o X da questão. Porque a nossa saúde mental foi desmantelada nos últimos anos. A Prefeitura não investiu em leitos psiquiátricos. Você tem ideia de quantos leitos psiquiátricos tem em Curitiba na rede pública municipal de saúde para atender um milhão e oitocentos mil moradores? Cento e quinze leitos psiquiátricos. Eu vou fazer parceria com as comunidades terapêuticas, parceria com a sociedade paranaense de psiquiatria, parceria com as universidades. Eu vou coordenar pessoalmente esse trabalho e eu assumo aqui um compromisso, que fique bem gravado, me cobrem. Todo mundo sabe que eu sou um homem de palavra, eu nunca faltei com a minha palavra na vida. Eu vou acabar com a Cracolândia em Curitiba, custe o que custar. Eu vou restabelecer a lei e a ordem na cidade onde eu crio meu filho de 13 anos de idade. Agora, farei isso com respeito aos direitos humanos, à liberdade das pessoas e de forma humanista.
Marc Souza
Vamos falar de educação, candidato? Segundo a Defensoria Pública do Estado, são 13 mil mães que não têm onde deixar os filhos nesse momento em Curitiba, que estão na fila por uma creche. Esse é um problema que tem que ser resolvido rapidamente. Como é que o senhor pretende fazer isso, já que não dá tempo de esperar construir a creche? Como é que o senhor pretende resolver isso rapidamente?
Ney Leprevost
Aí que eu digo, a cidade é inteligente, o povo é inteligente, a gestão só é inteligente para os bairros nobres da cidade. Tem na periferia um volume imenso de crianças esperando vagas nas creches. Número um, eu começo a partir do nono mês de gestão porque tem que fazer licitação a inaugurar no mínimo uma creche por mês até o último mês de gestão, o que serão novos semês, trinta e seis novos centros municipais de educação infantil. Até lá eu vou ter que investir em...
Marc Souza
Mas não me parece uma proposta meio megalomaníaca com tudo isso feito? Demora construir uma creche, o senhor falou que vai inaugurar uma creche por mês, vai construir a primeira em nove meses?
Ney Leprevost
A primeira a partir do nono mês, é uma proposta tranquila.
Marc Souza
O senhor acha que em nove meses já constrói a primeira creche?
Ney Leprevost
A primeira sim, tranquilamente, a gente faz a licitação nos três primeiros meses e depois constrói. Mas eu preciso acabar de responder a pergunta dele.
Jeulliano Pedroso
É nesse sentido que o senhor ia começar nesse ponto. Por exemplo, no seu plano de governo, o senhor fala que vai pensar em parcerias com a iniciativa privada, com instituições e tudo mais. Mas por exemplo, na Assembleia Legislativa, na proposta do governo de ter parceria para a gestão das escolas, o senhor foi contra. Eu queria entender porque lá o senhor foi contra, no seu plano de governo, na sua resposta o senhor é a favor.
Ney Leprevost
Então, Jeulliano Pedroso, na verdade, é bem diferente terceirizar e fazer parceria com creche comunitária. Hoje a Prefeitura já tem parceria com as creches comunitárias. Ela não está terceirizando a creche pública. Lá eles querem colocar empresa privada pra cuidar de creche, de escola, que foi construída com o dinheiro do povo. Eu entendo que o governo tem que investir em educação, saúde e segurança. Iniciativa privada, concessões para questões que envolvem outros setores da administração municipal. Agora, a parceria com as creches comunitárias é fundamental, porque a gente só vai ter a primeira creche pública nova, pronta, depois de nove meses do início da gestão. O modelo que eu vou adotar para as creches de Curitiba é o modelo da creche Jesus Criança, que fica no bairro São Brás. Ela é comunitária, pertence a uma entidade ligada à Igreja Católica. Lá a criança, além do ensino infantil, tem biblioteca infantil, tem aula de musicoterapia, tem quatro refeições por dia. É uma creche espetacular. E eu vou trabalhar com essas creches comunitárias pra zerar a fila em Curitiba. Agora tem uma coisa que os ouvintes precisam saber aqui e que é uma vergonha. Eu fui visitar a Valéria. A Valéria tem um brechó na casa dela, lá no Tatuquara. Ela chorou pra mim na conversa que ela teve comigo, porque ela tem uma filha que ela deu o nome de Bella Jolie. Ela é fã do Brad Pitt e da Angelina Jolie. E a Bella Jolie, há um ano e nove meses, Jeulliano Pedroso, está esperando uma vaga em creche. Agora, sabe por que a Valéria chorou? Porque informaram pra ela, no CMEI lá da região, que o filho do preso tem preferência sobre a Bella Jolie na vaga em creche aqui em Curitiba. É claro que eu não quero deixar de proporcionar creche para ninguém, mas que são filhas de pessoas honestas e dar prioridade pra filhos do pai que é detento. A lei tem que ser igual pra todos. Tá na Constituição Federal. Eu acabo com isso no primeiro dia de gestão. Todo mundo vai ser tratado com igualdade nessa cidade. É uma vergonha o que a atual gestão tá fazendo.
Jeulliano Pedroso
Candidato, o senhor fala em igualdade, todos serem tratados iguais. Uma proposta que me chama bastante a atenção no seu plano de governo é que o senhor pretende intensificar a política de cotas, principalmente na questão de contratação de pessoas negras e indígenas na sua gestão. O senhor entende que essas medidas de cotas são a melhor solução, de fato, para promover a igualdade?
Ney Leprevost
São medidas que já estão estabelecidas pelo governo federal, elas serão aplicadas em apenas algumas áreas que são essenciais, porque nós temos uma dívida muito grande com os afrodescendentes, o que foi feito nesse país. A prática de comprar escravos é uma realidade que precisa ser reconhecida. Não foi o Brasil que escravizou as pessoas. Muitos dos escravos que foram trazidos pra cá foram escravizados por tribos da própria África. Mas só o fato do nosso país ter adotado o trabalho escravo é uma coisa que precisa ser corrigida, é um erro histórico que precisa ser corrigido. Eu entendo que essas pessoas que são afrodescendentes elas precisam ter uma oportunidade também de crescer na vida. Eu acho que hoje ainda existe muito preconceito no Brasil, ainda existe muito racismo. Existem políticos que ainda defendem o fascismo, que chega a ser quase neonazismo, e eu combato todos os extremismos. Eu sou contra o comunismo, eu sou contra o fascismo, eu sou contra o nazismo, e eu vejo a escravidão como uma chaga, uma mancha terrível na história da nação brasileira. Por isso nós devemos isso às pessoas de raça negra.
Jeulliano Pedroso
Candidato, o senhor colocou essa como uma proposta para Curitiba, né? Está me defendendo que ela é relevante, mas o senhor, a sua vista, tem equipes, grandes equipes, tanto na Assembleia quanto na Câmara Federal. Você já adota esse tipo de medida nos mandatos atuais? Vocês têm essa diversidade, nessa proporção?
Ney Leprevost
Eu tenho muitas mulheres na minha equipe, as principais pessoas. Sim, as pessoas principais da minha equipe são mulheres e tenho, sim, no meu gabinete da Assembleia, pessoas negras.
Jeulliano Pedroso
E da vice também?
Ney Leprevost
Não sei, eu não conheço o gabinete da vice. É lá em Brasília, né? Mas eu tenho, sim. O Lido Rogério Dias é um deles. Eles chamam ele de Nego Li aí na cidade. O Nego Li é da raça negra e é da minha equipe.
Beatriz Frehner
Candidato, voltando a falar sobre as propostas... O tema que o senhor trouxe para a educação é muito parecido com a proposta que o senhor adota também na área da saúde, que é de, num primeiro momento, atacar ali a fila e a promessa de zerar em até quatro meses, isso em falas, mas não escrito no plano de governo, a fila de espera de 200 mil pessoas que aguardam por um atendimento especializado por meio de parcerias e, na sequência, a construção das policlínicas. O senhor já tem ideia de qual é o orçamento necessário para a construção de tantas novas unidades de saúde e também para a contratação de pessoal? Essas pessoas vão trabalhar lá por meio de concurso público, vão ser também atendimentos terceirizados?
Ney Leprevost
Na verdade, o orçamento pra saúde, se eu não me engano, nos municípios tem que ser de no mínimo 15% da arrecadação total do município. Então é um belo dinheiro, né? Eu às vezes fico pensando aqui, o que essas secretárias municipais de saúde que passaram pela gestão do Greca, que o Bolsonaro, que o Governo Federal mandou pra cá durante a pandemia, porque lá em Goiás, o governador Ronaldo Caiado, que é do meu partido, investiu o dinheiro da pandemia em estruturas perenes, que estão até hoje beneficiando a população, mas o dinheiro da saúde é alto, é quinze por cento do valor do orçamento municipal. Nós vamos ter Eu já chamei o Dr. Jurandir Marcondes Ribas, que é piraense, e o Almarc, e ele foi presidente da Associação Médica, ele vai me ajudar com as sociedades médicas, com as universidades, a imediatamente, já no início da gestão, fazer um mutirão pra fila andar. E eu vou precisar da ajuda da sociedade civil organizada pra isso. Aí, na sequência, a gente vai contratar mais médicos especialistas, vamos fazer as policlínicas, porque na policlínica a pessoa pode fazer a consulta com o especialista e já fazer o diagnóstico por imagem, que normalmente é solicitado pelo médico, ali mesmo. Hoje, Curitiba tem uma fila de mais de duzentas mil consultas e exames em atraso. Pra zerar essa fila, a gente vai ter que trabalhar dia e noite. E nós vamos também ter uma inovação que é muito importante. Uma cidade que tem povo inteligente, uma cidade em que nós queremos implantar GI, que é gestão inteligente, tem que cuidar muito bem e prioritariamente das crianças. A gente vai fazer o PAI, o Pronto Atendimento Infantil, com pediatra 24 horas. Um PAI em cada uma das 10 regionais da cidade. E no PAI, nenhuma mãe curitibana vai ficar sem pediatra pra sua criança. Quando a criança tá com dor de cabeça, tá com diarreia, tá com febre, a mãe entra em desespero e aí vai lá pro hospital Pequeno Príncipe que acaba ficando lotado. A gente tem que fazer o PAI também pra descentralizar a saúde infantil, ter lá pertinho da casa da pessoa esse atendimento urgente.
Marc Souza
Candidato, eu vou mudar aqui o tema, Jeulliano Pedroso, até porque o tempo tá correndo. Temos que falar de outro assunto importante, que é transporte coletivo. O senhor tá prometendo baixar a passagem. Quero saber como é que o senhor vai fazer isso. O sistema de Curitiba tem problemas, ele perde usuários e fica cada vez mais caro. Como é que o senhor vai baixar a passagem?
Ney Leprevost
O transporte coletivo de Curitiba, você sabe melhor que eu, ele já é subsidiado pela Prefeitura. Não é o dinheiro da passagem do ônibus que garante o pagamento das empresas de ônibus. A Prefeitura paga outro valor para as empresas de ônibus que é até maior do que o valor da tarifa. Renovar a frota para atrair de volta usuários para o transporte coletivo. Nós vamos ter que fazer como as capitais evoluídas do mundo e climatizar os ônibus com ar-condicionado porque o aquecimento global é uma realidade que já está comprovada cientificamente e nós vamos também baixar a tarifa de ônibus para cinco reais. Eu não tô prometendo. Eu tô me comprometendo. Eu sou homem de palavra. Se alguém achar alguma coisa que eu falei que eu ia fazer na minha vida pública e que eu não fiz, eu desafio essa pessoa a encontrar isso.
Marc Souza
Mas como? Como o senhor vai conseguir fazer essa redução? As pessoas querem entender isso. Não é só dar um decreto. Como é que o senhor vai estruturar financeiramente essa redução?
Ney Leprevost
Eu vou fazer o decreto, sim. Dá pra fazer por decreto. Não precisa apoiar. Pagar conta com o dinheiro do município.
Marc Souza
Jamais subsídios pro sistema.
Ney Leprevost
Nós vamos ter 15 milhões em caixa, Marc. A Prefeitura tem dinheiro. Se tem uma coisa que o Greca e o Pimentel fizeram com ênfase, foi arrecadar. Eles taxaram todo mundo. Agora tem que verificar também qual é o tamanho da dívida que o Greca vai deixar pro próximo gestor. Eu sei que vai entrar no cofre 15 bilhões o ano que vem. Agora eu tenho que abrir a caixa preta pra ver o tamanho da dívida. Por isso que eu não tô falando em tarifa zero, como todo mundo quer. Eu tô falando em tarifa a cinco reais. É um real a menos do que tá prometido agora. E volta domingueira a um real também, Jeulliano Pedroso.
Marc Souza
Candidato.
Ney Leprevost
Podemos fazer de Curitiba a capital mais eficiente, mais humanizada, mais criativa, mais inovadora e mais segura de toda a América do Sul. Por isso eu peço pras pessoas um voto de confiança, peço que votem quarenta e quatro por amor a Curitiba. Nós precisamos devolver essa cidade aos curitibanos e a prefeitura tem que parar de atrapalhar a vida das pessoas. Vamos deixar as pessoas terem liberdade pra empreender, pra gerar empregos, pra abrir a sua empresa, para trabalhar e para alcançar a prosperidade nas suas vidas.
Marc Souza
Tá certo. Ney Leprevost, o candidato da União Brasil, que participou da nossa sabatina hoje. Amanhã a gente volta com mais um candidato aqui na Jovem Pan, no Grupo RIC. Até lá. Grupo RIC, jornalismo de resultado.
 
 

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