Aumentou a poluição hídrica em todo Paraná

MEIO DIA PARANÁ (PR) | GLOBO | REPORTAGEM | 17/09/2024



Em um ano marcado por estiagem e crise hídrica no Paraná, o número de ocorrências relacionadas à poluição da água quase dobrou, conforme levantamento do Instituto Água e Terra (IAT), solicitado pela RPC. Entre janeiro e agosto, foram registradas 64 infrações, resultando em quase R$5,4 milhões em multas, um aumento significativo em comparação aos 33 autos de infração do período anterior, que somaram pouco mais de R$4,5 milhões. Entre os principais poluidores estão empresas, indústrias, produtores rurais e, notavelmente, a própria companhia de saneamento, que foi multada em R$1,8 milhão por diferentes infrações, incluindo um caso grave em janeiro, onde o entupimento de uma rede de esgoto resultou na morte de peixes.

A Sanepar, em resposta, atribuiu a maior parte dos problemas nas tubulações ao mau uso do sistema por parte da população, citando lixo, entulho, gordura e água da chuva como causas de entupimentos, vazamentos e refluxos de esgoto. A companhia afirmou estar recorrendo das multas e destacou as práticas adotadas para evitar tais situações, que classificou como pontuais.

O IAT enfatizou a importância das denúncias da população para a apuração e interrupção da poluição. Além disso, algumas prefeituras, como a de São José dos Pinhais, realizam fiscalizações descentralizadas. Em um caso específico, um frigorífico foi multado em R$630 mil por despejar material orgânico no Rio Mirim, essencial para o abastecimento da região metropolitana de Curitiba.

A reportagem também abordou o problema do desmatamento nas margens de rios e córregos, que além de representar um risco à biodiversidade, prejudica a qualidade da água. Nos primeiros sete meses do ano, foram realizadas pelo menos 126 autuações por corte de vegetação nas margens de cursos d'água.

A prefeitura de Fazenda Rio Grande, juntamente com o IAT e a Sanepar, está trabalhando para amenizar a situação de poluição no Rio Mascate, incluindo a fiscalização de ligações de esgoto e o mapeamento de empresas na bacia do rio. O frigorífico Argos, por sua vez, afirmou estar legalmente licenciado e que mantém um programa de segurança ambiental.

A reportagem conclui ressaltando a importância da água como um bem comum e a necessidade de responsabilidade no uso da água e no cuidado com o esgoto, tanto por empresas quanto por indivíduos, para evitar futuras crises hídricas.

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