No Paraná, o número de ocorrências relacionadas à poluição da água quase dobrou, conforme levantamento do Instituto Água e Terra (IAT), solicitado pela RPC. Entre janeiro e agosto de 2023, foram registradas 64 infrações, resultando em quase R$ 5 milhões em multas. Empresas, indústrias, produtores rurais e a Sanepar, companhia de saneamento, estão entre os principais responsáveis pela poluição dos rios. A Sanepar, especificamente, foi multada em R$ 1,8 milhão por diferentes situações de poluição, incluindo um caso grave em Santo Antônio da Platina, onde o entupimento de uma rede de esgoto resultou na morte de peixes.

A Sanepar atribui a maior parte dos problemas nas tubulações ao mau uso do sistema por parte da população, como o descarte de lixo, entulho e gordura, e afirma estar recorrendo das multas e implementando adequações técnicas. O IAT enfatiza a importância das denúncias da população para a apuração e interrupção da poluição.

Além do lançamento irregular de esgoto, o desmatamento nas margens de rios e córregos também é uma preocupação, com 126 autuações por corte de vegetação registradas nos primeiros sete meses de 2023. As multas por crimes ambientais podem variar de R$ 5 mil a R$ 50 milhões, dependendo da gravidade do dano.

A Prefeitura de Fazenda Rio Grande, em parceria com o IAT e a Sanepar, está trabalhando para amenizar a situação de poluição no Rio Mascate, fiscalizando ligações de esgoto e mapeando empresas na bacia do rio. O Frigorífico Argus, multado por despejar material orgânico no rio, afirma estar legalmente licenciado e ter implementado ações de segurança ambiental.