Brasília – A verdadeira luta contra a dengue já demandou dos cofres federais o valor de R$ 2,5 bilhões durante este ano, em ações realizadas em todo o território nacional para evitar uma nova epidemia da doença, como a que acometeu muitos municípios no ano epidemiológico anterior. Os dados foram apresentados nesta segunda-feira (7) pelo Ministério da Saúde que reforçou que os recursos estão sendo utilizados por estados, municípios e Distrito Federal para reforçar as ações de vigilância e melhorar o atendimento médico à população. Cascavel – que tem atualmente apenas nove casos da doença – teve a pior epidemia da história no ano epidemiológico que começou em agosto de 2023 e fechou em julho deste ano, contabilizando mais de 32 mil casos de 58 óbitos pela doença. Os mais de 150 agentes de endemias da cidade mantêm um trabalho ininterrupto no combate ao aedes aegypti transmissor da doença, que além da dengue, transmite o Zika Vírus e a Febre Chikungunya. O último boletim divulgado pela Sesa (Secretaria de Estado da Saúde) apontou um total de 2.196 casos confirmados de dengue espalhados em 205 dos 399 municípios do Estado. Nenhum óbito foi registrado peladoença que tem sintomas bastante característicos como febre alta, dor no corpo, dor no fundo dos olhos, manchas avermelhadas pela pele, falta de apetite e mal-estar. EMERGÊNCIA NACIONAL Em todo o país cerca de 580 municípios e nove estados decretaram situação de emergência em saúde pública por arboviroses ao longo deste ano, os quais receberam incremento financeiro de cerca de R$ 244 milhões. Somente neste ano, os investimentos para manter as cidades abastecidas com inseticidas e biolarvicidas foram em torno de R$ 130 milhões e para a vacinação contra a dengue houve um investimento de mais de R$ 500 milhões em 2024. Até o momento, 1921 municípios estão sendo contemplados em todos os estados brasileiros e no Distrito Federal. São 6,5 milhões de doses, suficientes para vacinar 3,2 milhões de crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos. Para 2025, a pasta já contratou mais 9,5 milhões de doses, o que representa a capacidade máxima de fornecimento do único produtor mundial da vacina. O Ministério da Saúde também investiu em novas tecnologias, como o método Wolbachia, no qual foram aplicados R$ 50 milhões. A Wolbachia é uma bactéria presente em cerca de 60% dos insetos, inclusive em alguns mosquitos. No entanto, não é encontrada naturalmente no Aedes aegypti. Quando presente neste mosquito, a bactéria impede que os vírus da dengue, zika, chikungunya e febre amarela se desenvolvam dentro dele, contribuindo para redução das doenças. Além disso, R$ 1,6 bilhão foram repassado para custear os salá- rios de mais de 68 mil agentes de combate às endemias de todo o país. NOVAS AÇÕES Entre as ações em processo de implementação neste ano, está a ampliação do acesso à rede de atendimento, evitando mortes por dengue. Em municípios onde o número de casos aumentar, o Ministério da Saúde poderá sugerir a extensão do horário de funcionamento das UBSs (Unidades Básicas de Saúde) e das UPAS (Unidades de Pronto Atendimento), oferecendo atendimento em turnos adicionais, além de organizar salas para hidratação dos pacientes com quadros mais graves. Além das ações de assistência, parte dos recursos será utilizada para implementar novas tecnologias de controle do vetor Aedes aegypti. Entre elas, o Wolbachia, insetos estéreis, borrifação residual intradomiciliar e estações disseminadoras de larvicidas. Além disso, a ampliação do uso de Bacillus Thuringienses Israelensis (BTi), para controle da disseminação do mosquito. A expectativa é aumentar o número de municípios beneficiados por essas tecnologias.