PLANTIO DE SOJA CHEGA A 74% E DO MILHO A 97% NO PARANÁ

CORREIO DO CIDADÃO - GUARAPUAVA (PR) | AGRICULTURA | 31/10/2024
Pelo menos 74% dos 5,8 milhões de hectares previs- tos para a soja na safra 2024/25 já estão semea- dos. Ainda que as chuvas tenham paralisado momentaneamente as plan- tações em alguns dias das últimas semanas, os produtores puderam acelerar o trabalho. Ele foi ainda mais intenso em relação ao milho, cujo plantio de primeira safra está praticamente encer- rado, cobrindo 97% dos 259 mil hectares. Os dados fazem parte de boletim divulgado nesta terça-feira (29) pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento. “As condições climáticas têm sido favoráveis para a germinação e o desen- volvimento das culturas de verão, ao contrário do ano passado, quando as chuvas foram volumosas e causaram erosão e a necessidade de replan- tio”, salientou Edmar Gervásio, analista de soja e milho no Deral. Em alguns municí- pios do Estado, os grãos de verão ainda não foram plantados, pois as culturas de inverno ainda estão a campo. O plantio de soja concen- tra-se agora nas regiões Sul e Norte, que tradicionalmente plantam mais tarde. A safra de soja neste ciclo teve uma mudança no zoneamento agrícola, que é o período preconizado como ideal para o plantio. Até a safra pas- sada em todo Estado a semeadura tinha início a partir do segundo decên- dio de setembro. Nesta safra houve re- gionalização do plantio e algumas regiões já pu- deram plantar a partir do início do mês de setembro e as últimas começaram a partir de 20 de setembro, como é o caso da região Sul. MILHO No caso do milho, está praticamente encerrado o período de semeadura, restando algumas pequenas propriedades. Alguns pro- dutores observaram tri- pes e percevejos, mas estão conseguindo controlar a situação. “De modo geral, tanto a safra de milho como de soja evoluem tranquilamente, tendo condições de clima favoráveis tanto para o plantio como para o desenvolvimento das lavouras já plantadas”, reforçou Gervásio. O feijão de primeira safra também está com o plantio adiantado, alcançando 93% dos 143,6 mil hectares. Neste ano os produtores aumenta- ram em 33% a área, que tinha sido de 107,8 mil hectares, valendo-se da oferta de financiamento e seguro. Da mesma forma que os outros grãos, o desenvolvimento tem sido bom, ainda que as temperaturas estejam abaixo do normal para este período. Entre as principais culturas que estão em plantio no Estado, a ba- tata de primeira safra chegou a 98% dos 16,6 mil hectares, e igual- mente tem bom desenvolvimento. Para esta cultura as temperaturas mais baixas favorecem as lavouras que se en- contram em tuberização. PIRACEMA O Paraná entra, a partir de sexta-feira (1º), no período de defeso da Piracema, ciclo de restrição à pesca de espécies nativas para preservar a reprodução natural dos peixes na bacia hidro- gráfica do Rio Paraná. A ação é normatizada pela Portaria IAT 377/2022 e vale até 28 de fevereiro de 2025. A fiscalização será organizada pelo Instituto Água e Terra (IAT) com suporte do Batalhão de Polícia Ambiental- -Força Verde (BPAmb- -FV). No último período de defeso, entre novembro de 2023 e fevereiro de 2024, foram lavrados 92 Autos de Infração Ambiental (AIA), com multas que totalizaram R$ 265 mil. Houve ainda a apreensão de 194,68 quilos de peixe, além de materiais e equipamen- tos como redes de pesca, molinetes, carretilhas, anzóis, entre outras fer- ramentas de pesca utili- zadas irregularmente. A restrição de pesca é determinada pelo órgão ambiental há quase duas décadas, em cum- primento à Instrução Normativa nº 25/2009 do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O IAT é um órgão vinculado à Secretaria do Desenvolvimento Sustentável (Sedest), responsável, também, pela fiscalização do cum- primento das regras na pesca. Considerando o comportamento migratório e de reprodução das espécies nativas, a pesca é proibida na bacia hidrográfica do Rio Paraná, que compreende o rio principal, seus forma- dores, afluentes, lagos, lagoas marginais, reservatórios e demais cole- ções de água inseridas na bacia de contribuição do rio. Entre as espécies pro- tegidas no período estão bagre, dourado, jaú, pintado, lambari, mandi- -amarelo, mandi-prata e piracanjuva. Não entram na res- trição peixes considerados exóticos, que foram introduzidos no meio ambiente pelo homem, como bagre-africano, apaiari, black-bass, car- pa, corvina, peixe-rei, sardinha-de-água-doce, piranha-preta, tilápia, tucunaré e zoiudo. Tam- bém não entram espé- cies híbridas, que são organismos resultantes do cruzamento de duas espécies. A lei de crimes am- bientais define multas de aproximadamente R$ 1.200 por pescador e mais de R$ 20 por quilo de peixe pescado. Além disso, os materiais de pesca, como varas, redes e embarcações, podem ser apreendidos se ficar comprovada a retirada de espécies nativas durante o defeso, com cobrança de R$ 100 por apetrecho recolhido. O transporte e a comercialização também são fiscalizados no período. “Assim que constatada qualquer irregularidade, os infratores terão os peixes apreendidos, o que também pode acontecer com os barcos. E, nos casos de prisão, o responsável é encaminhado ao Ministério Público”, explicou o gerente de Monitoramento e Fiscalização do IAT, Álvaro César de Goes. “Além da importância da conservação das espécies nativas, o defeso tem papel socioambiental, despertando consciência ecológica nos turistas e pescadores”, acrescentou ele. Além do defeso da Piracema, o Paraná restringiu a atividade pesqueira em algumas bacias em razão do período crítico de escassez hídrica em decorrência da longa estiagem no Estado, de acordo com a Portaria nº 381/2024. A medida abrange as Bacias Hidrográficas do Rio das Cinzas, Ivaí, Itararé, Pa- ranapanema 4, Piquiri, Pirapó e Tibagi.

#80360466