O ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou que não existe direita no Brasil além da liderada por ele, desconsiderando a possibilidade de outros políticos se viabilizarem sem seu comando. Ele sustenta que apenas ele possui a linguagem do povo e consegue mobilizar multidões, uma postura que foi criticada por ser vista como arrogante. Bolsonaro também mencionou sua inelegibilidade, devido a uma condenação pelo Tribunal Superior Eleitoral, mas indicou a possibilidade de reverter essa situação através de um recurso pendente no Supremo Tribunal Federal. Ele criticou o STF por anular a Operação Lava Jato e devolver a vida pública a José Dirceu, mas atualmente evita confrontar o tribunal, esperando uma decisão favorável que possa beneficiá-lo como ocorreu com Lula.

A liderança de Bolsonaro na direita é incontestável, mas sua postura de exclusividade é vista como prejudicial para o surgimento de outras lideranças conservadoras. Após as eleições municipais, onde figuras como Ratinho Júnior e Tarcísio de Freitas ganharam destaque, Bolsonaro reiterou que a direita é representada unicamente por ele, uma atitude que limita o debate político e a articulação de novas lideranças. A preocupação é que essa postura possa enfraquecer a oposição ao Partido dos Trabalhadores nas próximas eleições presidenciais.

A análise crítica aponta para a necessidade de Bolsonaro permitir o fortalecimento de outras vozes na direita, em vez de centralizar a liderança e a narrativa política. A situação é delicada para a direita brasileira, com a possibilidade de Bolsonaro não poder concorrer em 2026 devido à sua inelegibilidade, o que levanta questões sobre quem poderá liderar o espectro conservador contra adversários políticos como o PT. A falta de repulsa de Bolsonaro à anulação da condenação de José Dirceu é vista como uma falha em sua liderança, sugerindo uma abordagem mais cautelosa em relação ao STF na esperança de uma decisão favorável que lhe permita disputar futuras eleições.