Bloqueio na BR-277 gera R$ 1 milhão de prejuízo diário ao Paraná

HOJE MARINGÁ (PR) | GERAL | 13/12/2024
g1.globo.com
Foto: Reprodução
A Serra da Esperança, localizada na BR-277, em Guarapuava, região central do Paraná, foi reaberta na noite desta quinta-feira (12), após cinco dias de bloqueio devido a deslizamentos de terra causados por fortes chuvas. O trecho interditado, entre os kms 302 e 311, é fundamental para a logística regional, conectando o oeste e o centro do Paraná ao litoral, além de servir como rota entre o Mato Grosso do Sul e o Porto de Paranaguá, o segundo maior do Brasil.
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Impacto econômico e logístico
Durante o bloqueio, a PR-364 foi disponibilizada como rota alternativa. No entanto, por sua capacidade limitada, o tráfego de caminhões foi desencorajado, gerando filas e um prejuízo diário estimado em R$ 1 milhão, segundo a Federação das Indústrias (Fiep) e a Federação das Empresas de Transporte de Cargas (Fetranspar).
"98% das cargas na região dependem do transporte rodoviário. Um impacto como esse afeta significativamente o setor produtivo", afirmou João Arthur Mohr, superintendente da Fiep. Produtos perecíveis, como cargas de frango, ficaram retidos, afetando também o Porto de Paranaguá.
Desafios estruturais e soluções
Desde 2023, a Serra da Esperança registrou seis grandes deslizamentos, três deles resultando em bloqueios totais da BR-277. O professor Maurício Camargo Filho, da Unicentro, destaca que a rodovia foi construída na década de 1970 sobre terreno arenítico, altamente suscetível à erosão. Ele aponta a saturação do solo por chuvas como fator-chave para os deslizamentos.
Para minimizar futuros problemas, especialistas sugerem:
Reativação do sistema de drenagem: reconstruir valas e drenos que dissipam água, reduzindo a pressão sobre as encostas.
Soluções estruturais preventivas: instalação de telas metálicas, drenagem constante e construção de muros de arrimo.
Rotas alternativas modernas: construção de túneis e viadutos para substituir trechos críticos da serra.
"Viadutos e túneis oferecem maior segurança e são menos suscetíveis a deslizamentos", explica João Arthur Mohr, citando exemplos de sucesso como a Rodovia dos Imigrantes e a Serra do Cafezal.
Problema oculto
Além dos deslizamentos visíveis, há um risco estrutural crescente sob a pista de rolamento, alerta Camargo Filho. Ele destaca que o desgaste no subsolo pode comprometer a rodovia em médio e longo prazo, demandando atenção preventiva.

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