A concessão do Lote 6 das Rodovias Integradas do Paraná, cujo leilão foi realizado na última quinta-feira (19) na Bolsa de Valores de São Paulo, trouxe alívio para questões de infraestrutura, mas reacendeu debates sobre o impacto do pedágio no Oeste e Sudoeste do estado. Arrematado pela concessionária EPR com um deságio de apenas 0,08%, o resultado levantou preocupações sobre os altos custos logísticos e sua influência na competitividade econômica da região. O Lote 6, que cobre 662,1 km de rodovias incluindo trechos estratégicos como a BR-163 e a BR-277, e é vital para o escoamento de produção agrícola e industrial. Contudo, a falta de concorrência no leilão contrastou fortemente com o deságio de 26,6% alcançado no Lote 3, vencido pela CCR. No Lote 6, o custo estimado para os usuários será de R$ 17,00 por 100 km, enquanto no Lote 3 esse valor será de R$ 10,00, uma disparidade de quase 70%. A Fiep (Federação das Indústrias do Estado do Paraná) manifestou preocupação em nota oficial, destacando que a alta tarifação compromete a competitividade industrial, especialmente para empresas que dependem do Porto de Paranaguá. “A diferença significativa no custo por quilômetro rodado entre os lotes já leiloados. Nos Lote 1 e 3, o custo médio ficou em R$ 10,00; no Lote 2, em R$ 11,00. No Lote 6 permanece na casa dos R$17,00.” Embora a Fiep reconheça a importância das obras previstas no contrato, defende que alternativas sejam buscadas para mitigar os efeitos das tarifas na competitividade regional. “Reduzir o impacto dessa diferença tarifária nas diversas regiões do estado, considerando o papel estratégico da infraestrutura para o desenvolvimento econômico do Paraná”, afirmou a entidade.