ECONOMIA REGIONAL

JORNAL DE BELTRÃO (PR) | GERAL | 07/03/2025
Por Flávio Pedron - Os indústriais da região Sudoeste do Paraná estão preocupados com a escassez de trabalhadores para preencher as vagas ofertadas por empresas de diversos segmentos econômicos. Há pelo menos 300 vagas disponíveis nas indústrias de Ampere e que não são preenchidas por falta de candidatos. Apesar disso, as empresas não conseguem preencher as vagas porque o número de candidatos é menor que as vagas ofertadas.
A Agência do Trabalhador de Beltrão oferta de 180 a 200 vagas diariamente para diferentes funções nos setores do comércio, indústria, agropecuária e prestação de serviços e só uma parte das vagas são preenchidas.
Esta situação foi exposta ao prefeito Antonio Pedron (MDB) sexta-feira, 28 de fevereiro, por diretores dos sindicatos das indústrias de confecções (Sinvespar), de reparação de veículos (Sindirepa), de metalurgia e materiais elétricos (Sindimetal) e de móveis e madeira (Sindimadmov).
Há muitas pessoas que estão na faixa da População Econômica Ativa (PEA), mas que se encontram somente como beneficiários de programas assistenciais, principalmente do Bolsa Família. Ou seja, estas pessoas estão em casa recebendo valores mensais, há também aquelas que recebem o benefício e fazem pequenos bicos - empregos informais. Estes trabalhadores - homens e mulheres - poderiam estar empregados nas indústrias e tendo acesso ao salário, registro em carteira e recebendo outros benefícios sociais - salário educação, vale transporte, eventualmente vale alimentação e benefícios das convenções coletivas de trabalho.
Qualificação profissional
O prefeito Antonio Pedron disse que houve um diálogo franco com os dirigentes empresariais em relação a este problema. Ele adiantou que o plano de governo da gestão 2025-2028, para Francisco Beltrão, é desenvolver um amplo programa de capacitação de trabalhadores envolvendo os sindicatos patronais, sistema S (Senai e Senac), as universidades locais e as secretarias municipais de Indústria e Comércio e de Assistência Social. “A nossa ideia é fazer um trabalho conjunto”, salienta o prefeito.
E o público que será buscado para se beneficiar desta capacitação é o que recebe o Bolsa Família e, por conseguinte, proporcionar a inserção no mercado de trabalho. “Temos que buscar dar dignidade pra essas pessoas do Bolsa Família e integrá-los ao mercado de trabalho”, diz Pedron.
Algumas definições
A perspectiva é que sejam feitas revisões cadastrais de pessoas abrangidas pelo Bolsa Família a partir de 2023 e uma fiscalização. Um detalhe captado pelo JdeB é que as pessoas fazem a autodeclaração sobre suas situações pela internet, nos sites do programa, e depois vão aos centros de referência em assistência social (Cras). Por isso, é preciso checar os dados e situações.
Outra questão levantada: haveria uma preferência no atendimento, pelos centros municipais de educação infantil, às famílias beneficiadas pelo Bolsa Família. O questionamento feito é: por que se dá essa preferência estes e não aos casais que trabalham nas empresas?
O presidente do Grupo MSA/Marel, de Francisco Beltrão e diretor da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), defende ações para reverter este problema. “Hoje nós estamos perdendo pessoas, perdendo gente, e que estamos precisando muito, principalmente, nas indústrias e que o Bolsa Família está tirando as pessoas. Então, tem muitas pessoas que se acomodam com o valor que recebem do Bolsa Família e não vão procurar um emprego definitivo. Alguns municípios estão se envolvendo e buscando identificar quem são as pessoas que poderiam estar sendo muito úteis a estar trabalhando nas empresas, nas nossas indústrias principalmente”, argumenta Edgar.
Tem muitos dados
O empresário acrescenta que “a ajuda da prefeitura é fundamental nesse tempo. As prefeituras têm muitos dados que podem avaliar e identificar essas pessoas e que a gente possa fazer um trabalho para buscar essas pessoas para serem ativas do mercado de trabalho”.
Edgar argumenta que “hoje a falta de mão de obra é muito grande, então as empresa abrem vagas nas nossas indústrias e essas vagas ficam dois, três meses sem serem preenchidas, então isso acaba prejudicando a economia como um todo, quer dizer, nós estamos deixando de produzir por falta de pessoas nas nossas empresas”. Solange Stein, secretária executiva do Sindicato das Indústrias de Confecções do Sudoeste do Paraná (Sinvespar), explica que este problema acaba provocando nas empresas a redução da capacidade de produção e a redução nos investimentos.

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