A prefeitura de Curitiba criou uma Comissão de Redesenvolvimento da Região Central de Curitiba em fevereiro deste ano. A meta é “dar vida nova do centro de Curitiba”, conforme o Poder Executivo.
À época da assinatura do decreto, que aconteceu na praça Generoso Marques, o prefeito Eduardo Pimentel (PSD) disse que o processo de mudança era de todo curitibano. “A Prefeitura lidera esse processo, mas ele é de toda a sociedade. Vamos trabalhar com ações de segurança, fortalecimento do comércio, gastronomia, no turismo, para que o Centro tenha vida de dia e à noite”, declarou.
Contudo, lideranças do Movimento Nacional da População de Rua (MNPR) afirmam que não foram convidadas para a discussão e que, embora tenham solicitado participar do comitê, não tiveram a presença aceita.
A Comissão é formada por diversas entidades como Defensoria Pública, Ministério Público, universidades, além de representantes da própria prefeitura.
De acordo com Leonildo Monteiro Filho é o coordenador do MNPR, durante a reunião para criação do comitê ele mesmo questionou o porquê de o Movimento não poder participar. Ao Plural, ele disse que é preciso ouvir os representantes de quem está em situação de rua para encontrar soluções para o centro de Curitiba.
“Em primeiro lugar está errado é não convidar as organizações e movimentos sociais que atuam com pessoas em situação de rua, porque esse público sempre é relegado, principalmente pelos lojistas, que têm representação no comitê, e até pela comunidade em geral, que tem esse preconceito contra as pessoas em situação de rua”, critica.
Para o MNPR a prefeitura dificulta o diálogo. “Eles não querem [nos aceitar] porque sabem que vamos defender o direito da população em situação de rua ir e vir e cobrar políticas que fato possam retirar eles da rua e não só jogar em outro lugar”, diz.
Conforme informações da prefeitura, estão planejadas para este ano melhorias de calçamento, de ruas e da iluminação pública, o aumento nas abordagens de atendimento a pessoas em situação de rua e a intensificação das forças de segurança do Estado, junto da Guarda Municipal, para repressão de crimes, roubos, furtos e tráfico de drogas.
A proposta também tem ações previstas como a reocupação da região central com a instituição do Aluguel Social e incentivos para empreendedores investirem no retrofit de prédios que estão abandonados no Centro da cidade.
No primeiro dia do “Domingo no Centro”, no qual a prefeitura de Curitiba fecha trechos centrais para realização de feiras e circulação de pedestres, o prefeito Eduardo Pimentel mencionou que o programa de revitalização está sendo bem-recebido pela população.
“[Está indo] muito bem! As pessoas estão animadas, estão percebendo não só a questão do trabalho do morador em situação de rua (sic) e da segurança. E lembrando do trabalho de segurança no centro: nós não queremos que os bandidos vão para os bairros, obviamente. Nós queremos ele preso ou fora da cidade”.
Veja as organizações que fazem parte da Comissão:
Prefeitura: representantes do gabinete do prefeito, das secretarias municipais (Governo Municipal; Desenvolvimento Social e Inovação; Defesa Social e Trânsito; Direitos Humanos; Comunicação Social; Obras Públicas; Planejamento, Finanças e Orçamento; Meio Ambiente; Urbanismo; Mulher e Igualdade Étnico-Racial; Segurança Alimentar e Nutricional; Esporte, Lazer e Juventude; Administração e Tecnologia da Informação), e autoridades municipais (Ippuc, FAS, FCC, Urbs, Curitiba Turismo, Cohab); Câmara Municipal de Curitiba (CMC); Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Segurança Pública e das polícias Militar e Civil; Assembleia Legislativa do Estado do Paraná (Alep); Ministério Público do Estado do Paraná; Universidade Federal do Paraná (UFPR); Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci); Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Paraná (CAU-PR); Associação Brasileira da Indústria Hoteleira (ABIH); Associação Brasileira de Bares e Restaurantes - Seccional Paraná (Abrasel/PR); Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura no Paraná (Asbea/PR); Associação Comercial do Paraná (ACP); Associação dos Permissionários do Mercado Municipal de Curitiba; Associação dos Proprietários de Imóveis Históricos e de Interesse de Preservação (APIHIP); Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi/PR); Associação dos Proprietários de Imobiliárias de Curitiba (ADPI); Companhia Paranaense de Energia (Copel);
Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep/PR); Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio); Instituto de Engenharia do Paraná (IEP); Rede Empresarial Centro Histórico de Curitiba; Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae/PR); Sindicato da Habitação e Condomínios (Secovi); Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Paraná (Sinduscon/PR); Sindicato Empresarial de Hospedagem e Alimentação (Seha); Conselhos Comunitário de Segurança (Consegs) do Centro e do São Francisco; Comissão da Feira do Largo da Ordem. Sobre o/a autor/a
Redação Plural.jor.br
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