As constantes interrupções no fornecimento de energia elétrica e os prejuízos gerados aos produtores rurais paranaenses foram discutidos nesta terça-feira (18), na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep). A reunião, promovida pelo Bloco da Agricultura Familiar, liderado pela deputada estadual Luciana Rafagnin (PT), reuniu entidades representativas do setor e parlamentares para cobrar soluções da Copel.
Nos últimos meses, diversos produtores registraram perdas significativas. Somente em Cascavel, 60 mil toneladas de tilápia foram perdidas devido à falta de energia, enquanto em Sulina, 707 frangos morreram em apenas 10 minutos em função de um apagão. Entre as principais queixas do setor estão a terceirização excessiva dos serviços, a falta de materiais para manutenção da rede elétrica e a ausência de compensação financeira para apagões prolongados.
De acordo com Luciana Rafagnin, 28 mil pedidos de indenização foram encaminhados à Copel em 2023, mas pouco mais de 7 mil foram atendidos. “Os agricultores enfrentam prejuízos enormes com a perda de produção e equipamentos danificados. Precisamos de medidas concretas para garantir a segurança e a estabilidade no fornecimento de energia”, afirmou a deputada.
O gerente técnico da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), Jefrey Albers, destacou os impactos econômicos da crise energética no meio rural. “A redução da produção pode gerar aumento nos preços dos produtos para o consumidor final”, alertou. Já o representante da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar do Paraná (Fetraf-PR), Eldo Matte, criticou a qualidade do serviço prestado pela Copel, classificando as perdas do setor como incalculáveis.
A reunião também contou com a participação de representantes da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) e da Defensoria Pública do Estado do Paraná (PDE-PR). Além disso, vereadores de Francisco Beltrão - município onde ocorreu um protesto recente de produtores rurais - estiveram presentes. Marcos Folador, vereador do município, apresentou um levantamento feito pela Câmara, apontando infraestrutura precária, atendimento demorado e falta de compensação por danos como os principais problemas enfrentados pelos agricultores. Também participaram da audiência os vereadores Silmar Gallina e Dile Tonello.
Apesar das discussões, a Copel não enviou representantes à audiência. No entanto, Luciana Rafagnin informou que um relatório com todas as reivindicações foi entregue à companhia e será analisado por sua diretoria. “Esperamos um retorno e medidas urgentes para resolver esse problema que afeta todo o Paraná, especialmente as regiões Oeste e Sudoeste. Seguiremos acompanhando e cobrando providências”, afirmou a deputada.
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