O Programa Oeste em Desenvolvimento (POD) encaminhou à Assembleia Legislativa do Paraná um conjunto de propostas e reivindicações voltadas para impulsionar a economia da região. O documento, entregue ao presidente da Alep, deputado estadual Alexandre Curi, destaca desafios e soluções para setores como agronegócio, infraestrutura, inovação, empregabilidade e educação.
A Câmara Técnica de Máquinas e Equipamentos do Agronegócio propõe a criação de laboratórios voltados ao desenvolvimento de produtos de alta tecnologia. O objetivo é consolidar o Oeste como um polo de inovação, promovendo a automação, testes de materiais e pesquisas voltadas à redução de custos e otimização de recursos.
Segundo o presidente do POD, o empresário Alci Rotta Junior, com um crescimento expressivo na fabricação de equipamentos agrícolas, a região precisa de investimentos do governo para garantir competitividade e atrair talentos e investidores.
Rotta Junior destaca que a Câmara Técnica de Pequenos Negócios pediu à Alep a criação de uma legislação que permita aos municípios regularizar áreas concedidas há mais de 15 anos e que ainda enfrentam pendências jurídicas. “O problema tem dificultado a gestão municipal e o crescimento empresarial, criando obstáculos ao desenvolvimento industrial”, alerta o presidente do POD.
A proposta busca um tratamento legal uniforme, beneficiando tanto empreendedores quanto administrações municipais.
egundo presidente do POD, ações são essenciais para promover o desenvolvimento integrado do Oeste
POD quer soluções para empregabilidade e déficit habitacional
O crescimento econômico da região tem gerado aumento na demanda por moradia popular. De 2000 a 2024, foram criados mais de 75 mil novos empregos formais segundo apontamento do próprio POD, aumentando a necessidade de habitação acessível para reduzir impactos como rotatividade de trabalhadores e altos custos de deslocamento.
Além disso, a alta taxa de turnover preocupa. Somente em Cascavel, em 2024, foram registradas mais de 80 mil admissões e 76,5 mil desligamentos. “O POD defende políticas públicas para reduzir a rotatividade e fortalecer parcerias entre setor público e privado”, alerta o industrial e ex-presidente do POD, Rainer Zielasko.
Somado a esses pontos e para garantir a qualificação da mão de obra, a Câmara Técnica de Educação sugeriu em proposta apresentada à Alep a criação de um programa estadual de formação continuada para professores do ensino médio técnico e superior. O foco seria inovação e empreendedorismo, alinhando o ensino às demandas do mercado.
“A aproximação entre educação e setor produtivo fortaleceria a capacitação de estudantes, preparando-os para os desafios da economia local e nacional”, descreve trecho do documento.
Oeste precisa de investimentos em tecnologia e conectividade sob o risco de desenvolvimento travar
A região do Iguassu Valley, que abriga cinco das dez maiores cooperativas do agro do Brasil, enfrenta escassez de profissionais qualificados em inteligência artificial, ciência de dados e big data.
Para reverter esse cenário, o POD propõe a implantação do Centro de Referência DataLab @ Iguassu Valley, um ambiente cooperativo voltado ao desenvolvimento tecnológico e inovação. O projeto já foi apresentado à Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia (Seti-PR) e está alinhado ao Programa Estadual de Supercomputadores.
A necessidade de ampliar a capacidade logística da região também foi enfatizada. O POD sugere a segmentação da Malha Sul em dois eixos ferroviários (Paraná-Santa Catarina e Rio Grande do Sul), além da realização de um novo leilão da ferrovia PR/SC em 2025 para melhorar o transporte de cargas. “O Paraná defende a retirada do Rio Grande do Sul na Malha Sul e uma nova licitação, não a renovação antecipada do trecho”, alerta o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná
(Fiep), Edson Vasconcellos.
No setor energético, propõe-se um mapeamento das demandas e oferta de eletricidade para direcionar investimentos da Copel e otimizar o crescimento empresarial. “Não podemos sofrer com quedas constantes de energia, diante de uma indústria regional que tanto cresce”, completa Vasconcellos.
Sanidade agropecuária e segurança jurídica
Para fortalecer a produção agrícola, a Câmara Técnica de Sanidade Agropecuária do POD pediu que os deputados paranaenses olhem com atenção medidas que possibilitem mais investimentos em pesquisa e inovação no IDR-PR, além do reforço na defesa sanitária animal e vegetal em regiões de fronteira. “Além disso, estamos na expectativa de abertura de novos mercados e a consolidação de um status que conseguimos há anos que é de área livre de aftosa sem vacinação. Alguns países ainda não o reconhecem internamente e medidas são essenciais para que o façam. É o exemplo do Japão”, reforça o CEO da Frimesa, Elias Zydek, que comanda o maior player do mercado suíno do Paraná e o quarto do Brasil.
Outra pauta prioritária é a garantia da segurança jurídica no marco temporal e o cumprimento imediato dos mandados de reintegração de posse em terras invadidas nos municípios de Terra Roxa e Guaíra.
Segundo o presidente do POD, o documento reforça a importância da colaboração entre setor produtivo, governo e sociedade para garantir o desenvolvimento sustentável da região Oeste. “O POD se coloca à disposição para aprofundar o debate e contribuir para a implementação das propostas. A expectativa é que a Assembleia Legislativa e o governo estadual acolham as demandas e promovam soluções concretas para fortalecer a economia e a qualidade de vida da população”.
Durante visita a Cascavel na Assembleia itinerante, o presidente da Alep, deputado Alexandre Curi reconheceu o empenho do setor produtivo em apresentar propostas e reforçou que aproximar a Alep das entidades e instituições auxilia na promoção de políticas públicas para o desenvolvimento regional e do estado. Ele assegurou que as medidas serão analisadas de forma célere e criteriosa.
>> Link Original